segunda-feira, 26 de abril de 2010

VIVÊNCIAS E APRENDIZAGENS

Esta semana realizei o passeio com meus alunos pela comunidade onde está inserida a escola e pude perceber o quanto é prazeroso e emocionante no sentido de despertar a valorização do lugar onde meu aluno está inserido, e dele próprio enquanto sujeito da sua aprendizagem.

Descobri cores, gente, cheiros, paisagens que me fizeram voltar ao passado, propriamente a minha infância, embora os lugares vividos sejam diferentes, as situações são parecidas e as características as mesmas, fizeram lembrar a pobreza e as condições de vida precária por mim experimentada.

Na minha infância lembro-me da minha escola onde as professoras e a diretora eram rigorosas e até mesmo autoritárias, não lembro em momento algum das professoras principalmente as das séries iniciais se deslocarem da escola e visitar as casas dos alunos e, conhecerem a comunidade onde a escola estava inserida.

Lembro que o respeito existente era mais por conta do autoritarismo exercido, do que pela construção da autonomia permitida aos alunos, ou seja, pelo posicionamento em se colocar no lugar do outro.

“Ninguém começa a ser educador numa certa terça-feira às quatro horas da tarde. Ninguém nasce educador ou marcado para ser educador. A gente se forma, como educador, permanentemente, na prática e na reflexão sobre a prática” (FREIRE, 1991, P.58).

Percebo que, a escola deve ser diferente, que as situações de ensino aprendizagem proporcionadas aos alunos devem possuir relevância e motivação e, serem investidas na educação do aluno, buscando conhecer primeiro como ele é seu entorno suas condições de vida, fazer uso da sua bagagem para que se torne sujeito disposto a mudar seu destino, e melhorar seu lugar, ressignificando o mesmo.

Trazer para sala de aula o conhecimento de vida e de situação real de suas vivencias, é construir caminhos de percepção em sala de aula a partir dos espaços pertinentes a este aluno. Ignorar o espaço ocupado pelo mesmo é ignorar parte da sua identidade.

Segundo Gadotti “A escola precisa ser reencantada, encontrar motivos para que o aluno vá para os bancos escolares com satisfação, alegria.” Esta motivação é percebida ou sentida quando existe a troca de saberes e valorização de ambas as partes, adentrar no mundo do aluno é fazer parte da sua história. Portanto é possibilitar que os sujeitos tenham expectativas e lutem por melhores condições de vida, caso contrário “se for aceito como uma fatalidade, ele torna a escola um peso morto na história, que arrasta as pessoas e as impede de sonhar, pensar e criar” (Gadotti)


REFERENCIAS BIBLIOGRAFICA:
Gadotti, Moacir – Boniteza de um sonho – ensinar e aprender com sentido. Editora Feevale/2003.
Freire, Paulo – Pedagogia do Oprimido. 17ª RJ – Paz e Terra, 1987

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Planejamento

Nesta semana de estágio pude perceber que devemos também abstrair novas situações de aprendizagens, uma delas é compreender que o nosso planejamento deve ser flexivo.
Entende-se desta forma que, não é deixar de realizar alguma atividade ou acrescentar outra em seu lugar sem um propósito educativo.
Mas de repensar a prática a partir de um novo olhar em relação a turma, então é bem provável que tenhamos que vivenciar muitas vezes um planejamento real e outro ideal. Procurar contemplá-los é levar meu aluno a perceber-se dentro do faze pedagógico, pois deve partindo do interesse do educando e na sua relação com o meio os momentos da construção da sua aprendizagem.
Para Rodrigues ( 2009) , "planejamento é processo constante através do qual a preparação, a realização e o acompanhamento se fundem, são indissociáveis. Ao revisarmos uma ação realizada, estamos preparando uma nova ação num processo contínuo e ininterrupto.”

Planejar é buscar compreender ações que favoreçam a construção de conhecimento e também a formação de sujeitos autônomos, priorizando a curiosidade e a indagação, promovendo a experienciação que vai além da sala de aula.
Portanto quando possibilitamos ambientes e momentos de motivação dentro ou fora da sala de aula, estamos possibilitando aos nossos educandos condições para que estes possam investigar, indagar e aprender na interação com o meio onde está inserido.

Referencia:
Rodrigues . Maria Bernadette Castro. Planejamento: em busca de caminhso ( 2009)

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Portifólio do dia 12/05 - O uso do material concreto na sala de aula

O trabalho com o material concreto em sala de aula é algo essencial na aprendizagem dos nossos alunos, é através do mesmo que, possibilitamos ao aluno se tornar o sujeito da sua aprendizagem. E que a partir da exploração do objeto, crie novas possibilidades e alternativas para a resolução da situações enfrentadas por eles.

Muitas vezes este trabalho é realizado através de um jogo ou com materiais de seriação como o Cuisinaire, através deste, o professor precisará levar seu aluno a criar hipóteses, a fim de que os mesmos possam assimilar as informações necessárias na aquisição de novas aprendizagens.

Pois bem, foi com este intuito que trabalhei na última semana com meus alunos. Confesso que tinha medo de usar tal recurso. Um material maravilhoso que, pode ser utilizado desde a Educação Infantil até o Ensino Médio. Mas, que muitas vezes nós professores não fizemos uso ou se o fizemos nos limitamos a usá-lo para trabalhar conhecimento de cores e seriação.

Desta vez me propus a mais, primeiro explorei eu mesma o material para então trabalhá-lo com meus alunos. Num primeiro momento trabalhamos explorando o material apropriando-se dele verificando de maneira criativa o que se poderia criar. Cada um assim o fez, sentados em duplas onde foram manuseando o material. Investindo na representação de formas utilizando tamanhos e cores que o material fornecia. Depois organizados começamos apreciar o que cada colega tinha representado, descobrindo formas, gostos, sendo trabalhado concomitantemente o respeito mútuo.

Portanto é na forma lúdica do brincar livremente que as aprendizagens ocorrem, pois, possibilitam ao sujeito a interação com o objeto, sendo assim a criança é capaz de construir a capacidade representativa através do jogo simbólico (Marques, 2009).
Sendo assim, esta atividade possibilitou desenvolver um trabalho tranqüilo, respeitando as etapas de aprendizagens das crianças, para isto é necessário que o professor também possa transmitir segurança, tranqüilidade, respeitar o ritmo de cada sujeito na construção da sua aprendizagem.

domingo, 4 de abril de 2010

Reflexão sobre Estágio

Escola é

... o lugar que se faz amigos.


Não se trata só de prédios, salas, quadros,

Programas, horários, conceitos...

Escola é, sobretudo, gente

Gente que trabalha que estuda

Que se alegra se conhece, se estima.

O Diretor é gente,

O coordenador é gente,

O professor é gente,

O aluno é gente,

Cada funcionário é gente.

E a escola será cada vez melhor

Na medida em que cada um se comporte

Como colega, amigo, irmão
( Paulo Freire )


Este ano é o marco decisivo para que, se alcance o objetivo de um sonho que, começou algum tempo atrás, com sacrifícios, ansiedades, medos, trabalho e estudo.
Mas ao mesmo tempo, também, foi o tempo de se construir novas amizades, em adquirir novos conhecimentos, aprimorar e refletir sobre nossos saberes mais antigos.

Pois bem, chegou o momento definitivo para que, possamos por em prática tudo que ao longo de um determinado tempo foi construído e reconstruído, desfeito e refeito para se chegar a novos conceitos. Conceitos estes capazes de gerarem conflitos, primordiais para o novo professor do futuro; professor: mediador, criativo, dialogistico e interativo.

Desta forma, penso em minha prática de maneira que, possibilite mudanças não somente em meu aluno, mas, que este seja capaz de modificar o seu entorno ressignificando sua aprendizagem.



Escolhi para a prática do meu estágio a turma do primeiro ano da Escola Visconde de Mauá, do município de Portão, não por se tratar de uma comunidade carente, mas, porque ali existem gente, que trabalha, coopera, ri, chora, ora e vive tendo a escola como seu único ponto de encontro. Encontro com a educação, com o afeto, com o carinho, diversão, leitura e poesia.
Mas, acima de tudo escolhi esta comunidade porque existe algo especial vinda da mesma, nós professores somos tratados com respeito e carinho, talvez porque nós mesmos os tratamos assim também.
E, não é somente por isto, ao longo dos quatro anos que trabalho nesta comunidade, descobri que existem lá muitos saberes diversificados, saberes do senso comum, que não foram sistematizados, e, que nós professores podemos nos valer e valorizar trazendo para dentro da nossa escola, para dentro da nossa sala de aula e a partir daí construir com nosso aluno de maneira ressignificativa produzindo conhecimento, sendo este o elo entre escola e comunidade.